???jsp.display-item.identifier??? https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/7424
Tipo: Tese
metadata.dc.title: Riscos associados ao uso medicinal do extrato da casca de ipê-amarelo Handroanthus chrysotrichus e sua ação protetora em casos de envenenamentos pela serpente Philodryas patagoniensis: avaliação in silico, in vitro e in vivo
metadata.dc.title.alternative: Risks associated with the medicinal use of Handroanthus chrysotrichus yellow ipe bark extract and its protective action in cases of envenomation by the snake Philodryas patagoniensis: in silico, in vitro and in vivo evaluation
Autor(es): Costa, Márcio Tavares
Primeiro Orientador: Folmer, Vanderlei
Coorientador: Puntel, Robson
Resumo: Desde a antiguidade, o uso de plantas medicinais está entre as práticas populares para tratar envenenamentos causados por diversos animais. Atualmente, em casos de envenenamentos por serpentes, extratos vegetais são utilizados como terapia alternativa ou como coadjuvantes à soroterapia. O tratamento com soro antiofídico é o procedimento adotado nestes casos, mas é limitado tanto em sua distribuição quanto eficácia. Neste contexto, diferentes extratos do ipê-amarelo Handroanthus chrysotrichus são empregados empiricamente em casos de envenenamentos ofídicos. Trata-se de uma árvore pertencente à família Bignoniaceae e com ampla distribuição no Brasil. Assim, esta pesquisa teve como objetivos: i) investigar o perfil fitoquímico do extrato hidroetanólico da casca do H. chrysotrichus e seu potencial farmacológico e toxicológico in silico, in vitro e in vivo; ii) avaliar o potencial terapêutico do extrato frente aos danos induzidos pela peçonha da serpente Philodryas patagoniensis em camundongos. Para isso, o extrato hidroetanólico da casca obtido por percolação foi liofilizado e, no momento dos testes, solubilizado em solução salina (0,9%) estéril. O extrato foi testado no modelo de Artemia salina, indicando a presença de compostos bioativos por meio de uma DL50 de 276 μg. mL-1 (R² = 0,9912). Em seguida, o extrato foi analisado por métodos colorimétricos e GC-MS, os quais apontaram altos níveis de polifenóis e a ocorrência de αcurcumeno, β-bisaboleno, 4-(4-metilfenil) pentanal, ácido pentanóico e acetato de isoamila, sendo os dois primeiros os compostos majoritários. Predições das atividades biológicas in silico dos compostos identificados estão de acordo com seu uso tradicional, e apresentam baixa probabilidade de toxicidade. As propriedades antioxidantes (TAC, DPPH• e ABTS•+ scavenger, FRAP, teste de degradação da desoxirribose e quelação de Fe++) do extrato, juntamente com a ausência de citotoxicidade e genotoxicidade in vitro, complementam as predições in silico. E alicerçam o uso do ipê-amarelo pela medicina popular (Artigo 1). No entanto, in vivo, a exposição aguda ao extrato hidroetanólico causou danos oxidativos nos tecidos cerebrais, hepáticos e renais de camundongos a partir da concentração de 50 mg. kg-1 , como constatado nas análises de oxidação lipídica e proteica desses tecidos. Além disso, houve um aumento significativo nos níveis de creatinina do grupo exposto a 100 mg. Kg-1 e leucopenia (p<0,05) em todas as concentrações testadas (10 – 100 mg. Kg-1 ). Ainda, a exposição subcrônica à concentração mais alta do extrato (100 mg. kg -1 ) alterou o comportamento dos animais ao diminuir o número de cruzamentos no teste de campo aberto e aumentar o tempo desprendido com autolimpeza. Nessa exposição, os tecidos cerebrais e hepáticos dos camundongos também demonstraram aumento significativo dos níveis de proteínas carboniladas em todas as concentrações administradas (Artigo 2). Para avaliar o potencial terapêutico do extrato em casos de envenenamento, propôs-se o emprego da peçonha da P. patagoniensis como agente tóxico. Esta peçonha apresenta potencial miotóxico, edematogênico, nociceptivo e hiperalgésico. E, embora seja uma espécie cujos acidentes sejam negligenciados, sua peçonha detém atividades similares às do gênero Bothrops (Manuscrito 1). Assim, ao comparar testes comportamentais do grupo de camundongos injetados com a peçonha e tratados com o extrato, com o grupo não tratado, nota-se uma diminuição significativa da nocicepção e hiperalgesia nos primeiros. O efeito protetor do extrato é verificado também nas mensurações do edema e temperatura induzidos pela peçonha de P. patagoniensis na pata traseira direita dos camundongos ao longo dos dias. Danos sistêmicos, avaliados pelos níveis de creatinina no sangue e danos oxidativos em leucócitos (genotoxicidade) e nos tecidos cerebrais, hepáticos e renais (oxidação lipídica e proteica), foram minimizados no grupo tratado com o ipê-amarelo (Manuscrito 2). Os resultados aqui apresentados permitem concluir que o extrato hidroetanólico da casca de H. chrysotrichus, utilizado na medicina tradicional para tratar envenenamentos por serpentes, tem ação protetora contra os danos induzidos pela peçonha de P. patagoniensis, principalmente contra os sinais cardinais da inflamação e o estresse oxidativo sistêmico desencadeado pela mesma. Em conjunto, os dados levantam a possibilidade de o extrato apresentar efeitos adversos, os quais exigem precauções no seu uso. Neste contexto, demonstra-se os potenciais benefícios do tratamento com o ipê-amarelo e abrem-se perspectivas para investigações futuras do uso desta planta como terapia complementar ao tratamento clínico tradicional.
Abstract: Since ancient times, the use of medicinal plants has been among the popular practices to treat envenoming caused by various animals. Currently, in cases of snake envenoming, plant extracts are used as alternative therapy or as an adjunct to serum therapy. Treatment with antivenom is the procedure adopted in these cases, but it is limited both in its distribution and efficacy. In this context, different extracts of the Golden trumpet Handroanthus chrysotrichus are used in cases of ophidism. This is a tree belonging to the Bignoniaceae family and with wide distribution in Brazil. Thus, this study aimed: i) to investigate the phytochemical profile of the hydroethanolic extract of H. chrysotrichus bark and its pharmacological and toxicological potential in silico, in vitro, and in vivo; ii) to evaluate the therapeutic potential of the extract against the damage induced by the Philodryas patagoniensis snake venom in mice. For this, the hydroethanolic extract of the bark obtained by percolation was lyophilized and, at the time of the tests, it was solubilized in sterile saline solution (0.9%). The extract was tested in the model Artemia salina, indicating the presence of bioactive compounds through an LD50 of 276 μg. mL-1 (R² = 0.9912). Then, the extract was analyzed by colorimetric methods and GC-MS, which indicated high levels of polyphenols and the occurrence of α-curcumene, β-bisabolene, 4-(4- methylphenyl) pentanal, pentanoic acid and isoamyl acetate. Predictions of the in silico biological activities are in line with their traditional use and have a low probability of toxicity. The antioxidant properties (TAC, DPPH• and ABTS•+ scavenger, FRAP, Deoxyribose degradation test, and Fe++ chelation) of the extract, together with absence of in vitro cytotoxicity and genotoxicity, complement the in silico predictions. Data favorable to its use in traditional medicine (Article 1). However, acute exposure to the hydroethanolic extract in vivo caused oxidative damage in the brain, liver, and kidney tissues of mice from the concentration of 50 mg. kg-1 . In addition, there was a significant increase in creatinine of the group exposed to 100 mg. kg-1 and leukopenia (p<0.05) at all concentrations tested (10 – 100 mg. kg-1 ). Furthermore, sub-chronic exposure to the highest concentration of the extract (100 mg. kg-1 ) altered the behavior of the animals by decreasing the number of crossings in the open field test, and increasing the time spent on self-grooming. In this exposure, the brain and liver tissues of the mice also showed a significant increase in carbonylated proteins levels at all concentrations administered (Article 2). In order to evaluate the therapeutic potential of the extract in cases of envenoming, we proposed the use of P. patagoniensis venom as a toxic agent. This venom has a myotoxic, edematogenic, nociceptive, and hyperalgesic potential. Although it is a species whose accidents are neglected, its venom has activities similar to those of the genus Bothrops (Manuscript 1). Thus, behavioral tests of the animal group injected with the venom and treated with the extract, compared to the untreated group, showed a significant decrease in nociception and hyperalgesia. The protective effect of the extract is also verified in the measurements of edema and temperature induced by P. patagoniensis venom in the right hind paw of the mice over the days. Systemic damages, assessed by blood creatinine levels and oxidative damage in leukocytes and brain, liver, and kidney tissues, was minimized in the Golden trumpet treated group (Manuscript 2). In summary, the results presented here allow us to conclude that the hydroethanolic extract of H. chrysotrichus bark, used in traditional medicine to treat snake envenoming, has a protective action against the damage induced by P. patagoniensis venom. Mainly against the cardinal signs of inflammation and the systemic oxidative stress triggered by envenoming. Together, the data raise the possibility that the extract has adverse effects, which require precautions in its use. In this context, perspectives to future investigations on the use of this plant as a complementary therapy to traditional clinical treatment are open.
metadata.dc.subject: Etnobotânica
Farmacologia
Ethnobotany
Pharmacology
Ophidism
Tabebuia
Toxicology
Ofidismo
Tabebuia
Toxicologia
CNPQ: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
Idioma: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
metadata.dc.publisher: Universidade Federal do Pampa
Sigla da Instituição: UNIPAMPA
Campus: Campus Uruguaiana
Curso: Doutorado em Bioquímica
metadata.dc.identifier.citation: COSTA, Márcio Tavares. Riscos associados ao uso medicinal do extrato da casca de ipê-amarelo Handroanthus chrysotrichus e sua ação protetora em casos de envenenamentos pela serpente Philodryas patagoniensis: avaliação in silico, in vitro e in vivo. 129 p. Tese (Doutorado em Bioquímica) - Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
metadata.dc.identifier.uri: https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/7424
metadata.dc.date.issued: 2021
???org.dspace.app.webui.jsptag.ItemTag.appears???Doutorado em Bioquimica

???org.dspace.app.webui.jsptag.ItemTag.files???
???org.dspace.app.webui.jsptag.ItemTag.file??? ???org.dspace.app.webui.jsptag.ItemTag.description??? ???org.dspace.app.webui.jsptag.ItemTag.filesize??????org.dspace.app.webui.jsptag.ItemTag.fileformat??? 
MÁRCIO TAVARES COSTA.pdf5.61 MBAdobe PDF???org.dspace.app.webui.jsptag.ItemTag.view???


???jsp.display-item.copyright???