Women facing verbal sexual harassment in Bagé’s streets

Abstract

Este trabalho é uma discussão e uma reflexão sobre o assédio sexual verbal sofrida pelas mulheres nas ruas da cidade Bagé. Eu pretendo analisar como o assédio sexual verbal afeta a vida cotidiana das mulheres na sociedade contemporânea, e como esta questão pode interferir na construção das identidades dessas mulheres. O tema também propõe colocar a questão do assédio à tona como uma estratégia para chamar a atenção para um problema social cotidiano que muitas vezes passa despercebido. O trabalho é realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica sobre feminismo (BUTLER, 1990; HOOKS, 2004; SPIVAK, 1994), identidade (HALL, 1996), assédio sexual verbal (KOSKELA, 1999; ERLICH & KING 1996; THOMPSON, 1994) e as ruas como um espaço público (KOSKELA, 1999; WATSON, 2005; RUSH, 2012). A pesquisa apresentada é qualitativa, que visa explorar e compreender os dados coletados a partir do estudo dos pontos de vista das situações dos participantes e, com base nisso, a interpretação feita pelo entrevistador. As entrevistas são guiadas através de um questionário com 10 (dez) perguntas. Entrevistei 10 (dez) mulheres de 18 a 29 anos que trabalham e/ou estudam. Os critérios para a escolha da faixa etária foram devido a essas mulheres, sendo muitas vezes expostas a atividades comuns da vida cotidiana, portanto, mais expostas ao assédio verbal nas ruas. Os depoimentos foram coletados por meio de gravações de áudio e notas escritas. Notei que o assédio sexual verbal afeta as vidas e as identidades dessas mulheres, sendo relatado como elas reagem ao assédio diário e como elas têm de alterar suas rotinas a fim de não enfrentá-lo. Espera-se que as identidades destes mulheres também podem ser influenciadas de acordo com o assédio sexual verbal constante. Como resultado, obtive, através da análise dos depoimentos das participantes, a percepção dessas mulheres sobre o assédio sexual verbal e também sobre o movimento feminista. Aliás, além das histórias dessas mulheres como sujeitos do abuso verbal masculino, apresento algumas ideias para lidar melhor com a desconstrução da cultura machista na sociedade bajeense. Assim, considera-se que o assédio sexual verbal pode ser evidenciado e considerado um problema de caráter cultural na cidade de Bagé, através do diálogo com as mulheres sobre suas experiências. Sugiro desenvolver projetos feministas nas escolas, também mais estudos nesta área, a fim de desconstruir os padrões culturais e sociais de caráter sexista na cidade de Bagé. Além disso, encorajo o empoderamento das mulheres jovens a lutar por seus direitos no movimento feminista.